quarta-feira, 15 de junho de 2011

AOS MEUS AMIGOS

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

sábado, 19 de março de 2011

Procure alguém diferente

Todo cara procura pela mulher perfeita a garota dos seus sonhos, certo? Desde que começamos a nos dar conta sobre isso ou quando começamos a ter interesse sexual em alguém ficamos nessa de encontrar a “alma gêmea”. Logo, namorada nerd ideal tem que ser fã de Star Wars, deve curtir séries e desenhos, curtir um console alem do Wii e provavelmente tem que saber sobre os “brucutus” dos anos 80 que fizeram Conan, Exterminador do Futuro, Rambo, etc.

Desculpa dizer mais isso nunca, nunca estará certo.

Por mais que os nerds estejam em alta no momento, o publico feminino em geral ainda segue um padrão em que, o cara que gosta desse tipo de cultura não é o primeiro da lista na hora de cogitar algum tipo de relacionamento que não seja: “Tu pode baixar House pra mim?”

É por isso que digo: Procure alguém diferente de você.

Essa idealização da mulher perfeita acarreta sempre em um erro comum. Você chega na menina, com toda sede ao pote , torcendo para que ela seja a “The One” e no final das contas você despejou tanta esperança na coitada que ela vai pensar que você deve ter tara por mulheres vestidas de Final Fantasy.

Procurar uma pessoa diferente trás consigo o beneficio de você, caro amigo, poder ensinar e mostrar seus hobbies a ela e ainda por cima se divertir no processo. Vai dizer que tentar convencer alguém que Star Wars é melhor que Star Trek, que Matrix não deveria ter continuações e por que o Christopher Nolan teve que ressuscitar o Batman não seria muito afudê?
E sem dúvida você aprenderá coisas do universo dela também.

Por mais complicado que seja, procure por uma mulher que tenha como característica de personalidade a paciência. Nem todo mundo tem saco para ficar ouvindo suas teorias sobre LOST ou ficar relembrando sobre antigos Tokusatsus, coloque-se no lugar dela e imagine a situação. Se ela não tiver problemas em você gastar seu dinheiro um PS3 e uma TV LCD e ainda sim quiser jogar, CASE-SE agora.

Por ultimo o ponto mais importante. Estamos em busca da pessoa diferente certo? Mesmo que ela seja “normal” procure saber se ela é uma pessoa sem vergonha. Sem vergonha, no bom sentido, pois ela não poderá ter vergonha alheia quando você estiver vestindo uma camiseta do Lanterna Verde ou com o logotipo do Atari no meio dos amigos dela.

Espero que isso tenha ajudado a mim ou a você.

Para acabar segue algumas dicas que vi por ai

- Verifique se ela curte seriados antes de começar a discorrer sobre sua teoria de Lost e House. Se ela curte, ótimo, ofereça os novos capítulos que você certamente tem no pendrive – ela vai virar sua amiga, e você já pode trocar o gtalk, ou Skype com ela. MSN é feio, né gente, é coisa de fudido.

- Ah, gadgets, quem não gosta de gadgets? Dê uma olhadinha no modelo do celular dela. Ou puxe o seu. Se ela for realmente nerd e você tiver um smartphone bacana ela vai olhar e começar a perguntar quais as features do seu aparelho (eu sei porque faço isso com TODO MUNDO). Agora é com você. Seja legal e não seja invasivo, peça o e-mail para passar “um comparativo de modelos que você viu”, esse tipo de coisa. Não é simples?

- Não seja grudento ou muito meloso. Tem mulheres que se importam. Em geral, siga a máxima do profeta: gentileza gera gentileza. Se ela estiver com tendinite, carregue a bolsa dela (notebook pesa, você sabe), ela vai ser eternamente grata. Mas não exagere, senão ela vai se sentir no século XIX.

- Ah, sexo, essa coisa difícil. Olha, eu normalmente desde que conheço as pessoas eu sondo elas falando de sexo para ver se merecem ser minhas amigas ou não. Basicamente porque eu acho que pessoas preconceituosas sequer merecem minha atenção. Que dirá virarem meu namorado. É só puxar o assunto pra ver se o sujeito diz “FULANA É UMA VAGABUNDA, MULÉ QUE FAZ ISSO É TUDO PUTA”. Aí, um sujeito desse, você nem precisa perder tempo com ele NA SUA VIDA. Se você não tem liberdade pra falar (ou fazer) sexo com um cara, como você pode pensar em ter um relacionamento sério com ele?

- Diversão na fase do aproach. Além de restaurante e cinema, óbvios, eventualmente mostrar o seu console (ui!) também funciona. E nada é tão legal num nintendo wii como ver uma bela garota se movendo com graça enquanto joga ele :)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Por que?

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor

domingo, 13 de março de 2011

Idas e vindas

Por que as pessoas entram na sua vida?

Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Ás vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação".

Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida. É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente.

Pare aqui e simplesmente SORRIA.

"Trabalhe como se você não precisasse do dinheiro,
Ame como se você nunca tivesse sido magoado, e dance como
se ninguém estivesse te observando."

"O maior risco da vida é não fazer NADA."
(Martha Medeiros)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DESEJO

Desejo dar uma volta por aquelas altas e áridas cordilheiras de montanhas onde se morre de sede e frio, por aquela história "extratemporal", aquele absoluto de tempo e espaço onde não existe homem, nem fera, nem vegetação, onde se fica louco de solidão, com linguagem que é de meras palavras, onde tudo é desengachado, desengrenado, sem articulação com os tempos. Desejo um mundo de homens e mulheres, de árvores que não falem (porque já existe conversa demais no mundo!) de rios que levem a gente a lugares, não rios que sejam lendas, mas rios que ponham a gente em contato com outros homens e mulheres, com arquitetura, religião, plantas, animais - rios que tenham barcos e nos quais os homens se afoguem, mas não se afoguem no mito e lenda e nos livros e poeira do passado, mas no tempo e no espaço e na história. Desejo rios que façam oceanos como Shakespeare e Dante, rios que não se sequem no vazio do passado. Oceanos sim! Tenhamos novos oceanos que apaguem o passado, oceanos que criem novas formações geológicas, novas vistas topográficas e continentes estranhos, aterrizadores, oceanos que destruam e preservem ao mesmo tempo, oceanos nos quais possamos navegar, partir para novas descobertas, novos horizontes. Tenhamos mais oceanos, mais convulsões, mais guerras, mais holocaustos. Tenhamos um mundo de homens e mulheres com dínamos entre as pernas, um mundo de fúria natural, de paixão, ação, drama, sonhos, loucura, um mundo que produza extâse e não peidos secos. Creio hoje mais do que nunca é preciso procurar um livro ainda que de uma só grande página: precisamos procurar fragmentos, lascas, unhas dos dedos dos pés, tudo quanto contenha minério, tudo quanto seja capaz de ressuscitar o corpo e a alma.

Henry Miller

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O clube dos cinco (aguarde)

Aceitamos o fato de que tivemos que ficar um sábado inteiro de castigo pelo que quer que tenhamos feito de errado.

Só achamos loucura você nos fazer escrever uma redação sobre quem pensamos ser

Você nos vê como quer nos ver nos termos mais simples, nas definições mais convenientes.

Mas o que descobrimos é que cada um de nós é um: cérebro...um atleta...
uma neurótica...uma princesa... e um marginal.

Todos os outros atores sobem até o terceiro nível do andaime.

E as crianças em que vocês desprezam

Enquanto tentam mudar seus mundos...

são imunes aos seus conselhos...

Elas sabem muito bem por aquilo que atravessam.

Isso responde sua pergunta?

Sinceramente...

O Clube dos Cinco.

domingo, 2 de janeiro de 2011

VIDA...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios incompreensíveis e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no interior da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. E ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... "

(Fernando Pessoa)