quarta-feira, 30 de setembro de 2009

QUE SAUDADE DA PANGEIA

Etíope morrendo de fome,

Angolano sendo assassinado,

O mundo acabou

Sem ter terminado.

Matando por Deus,

E por petróleo fazendo a guerra.

Tirem fotos de lembrança!

Está extinta a Terra.

Solto está quem faz o mau

E entre os presos há homens de bem.

Já tem fila na fila de espera

Pra entrar de vez para o além.

Preços e mortes a subir,

Corrupção e raiva a subir.

Tem mais é que derreter a geleira

E a nós, idiotas, engolir.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

VELHOS ORIGAMIS

Um jovem sonhador sentado em frente à tv assistindo um talk show qualquer. 
Em meio a discussões de profissionais tentando provar que sua área devia ser seguida, 
aparece um homem fazendo origamis para distrair a platéia em quanto os palestrantes tomavam água. O Menino desliga a TV e vai dormir.

Dez anos depois, agora com dezessete anos, o menino vai ate uma fabrica a busca de emprego. 
Por mais que transformar papelão em caixa nunca tenha sido seu sonho, ele aceitou.

Com o tempo as caixas começaram a ganhar formas diferentes, suas mãos começaram a desenhar todas as formas conhecidas com o papelão.
Promoções vieram de tempos em tempos levando o promissor rapaz a escritórios cada vez maiores. Ele sempre foi muito feliz por ter seu
trabalho reconhecido pelo mundo e por cada vez mais criar coisas diferentes. O prazer de estar sempre aprendendo dobraduras novas para fazer
em suas caixas o estimulava dia após dia.

Anos após o empresário do rapaz ficou sabendo de seu sonho, fez algumas ligações e conseguiu um encontro com o senhor dos origamis, 
afinal a arte do velho tinha sido sua inspiração durante toda vida. 
Levantou cedo e colocou seu melhor terno, tomou um café rápido e pegou o carro para ir ao local do encontro. Chegou 30 minutos antes do combinado, 
ficou pensando possíveis comprimentos para seu ídolo "Bom dia senhor, sou seu fã desde pequeno”, “Nem acredito que estou aqui”.Ou simplesmente "Oi".

Depois de alguns minutos a secretaria o chama. Ele entra com um enorme sorriso na sala de seu herói de infância, observando prêmios por toda parede, 
então vê um velho com os cotovelos, apoiados sobre a mesa sustentando o rosto com as mãos. Ao seu lado, um livro intitulado "todos os origamis do mundo".

O jovem se aproximou lentamente, retirou de sua pasta uma caneta e um papel.

Sua primeira frase foi: "Pode fazer uma caricatura minha?".

UMA VIDA A DOIS

Levantou-se sorrateiramente da cama, como fazia toda noite, esgueirou-se pelo quarto em direção ao banheiro. O ronco dele acobertava sua fuga. Sentia-se culpada, que mulher não se sentiria culpada por enganar o namorado? Mais do que isso, que ser humano estaria livre da vergonha frente à tão vil atitude, que de tão vil deixa abismado mesmo seu narrador.

A culpa não a detinha, nem o medo, tudo era parte de uma mágica e excitante experiência. Entrou no banheiro escuro, trancou a porta, ligou a fluorescente de cima do espelho; o perfume que sentia roubava-lhe o chão e virava gosto em sua boca ávida. E o desejo virou pressa. Abriu o armário com violência e rapidamente tinha em mãos - e da mão para a boca - seu tesouro.

E assim ela fez, noite após noite de prazer multicolorido, fresh, floral, amêndoas, própolis, e o preferido palmolive cor-de-rosa; todas as noites até a do dia 23 de abril, quando sucedeu tão extraordinária coincidência que fará quem quer que leia por em dúvida a veracidade de minha história.

Naquela noite fria o namorado, gripado que estava, acordou com o próprio ronco, as duas e trinta e seis da manhã levantou sonolento e com sede, dirigiu-se ao banheiro. Tinha este hábito - que a mulher detestava com todas as forças - de tomar água da pia - sempre que o fazia a mulher o via como um cachorro bebendo de uma poça.

Como se ainda quase dormisse, entrou sem perceber a luz acesa, muito menos a mulher sentada na privada com a boca lambuzada de sabonete e as embalagens violadas aos seus pés. A mulher estava em choque, por mais que já houvesse, em pânico, imaginado como seria a reação do marido ao seu secreto "apetite", nunca havia considerado tal acontecimento efetivamente possível.

Estava em pânico, tinha na mão um protex fresh meio mordido e antecipava a calamidade iminente. Foi nesse momento que o namorado deu por sua imóvel presença. Ele, atônito, estudava a cena como a uma fotografia, e quando a voz de seu espanto aprontava uma exclamação, ela disse, com voz e vontade cujas origens não percebia: "- quer?", estendendo-lhe na da mão esquerda a insólita iguaria.

Não sei se pelo susto, pelo sono, ou pela infinita capacidade que o namoro tem de absorver e normalizar internamente os absurdos, por maiores que sejam, o namorado tomou e provou o sabonete.

Não gostou. A mulher, boca e mãos ensaboadas, pensou: "mais me sobra".

http://emsimesmado.wordpress.com/2009/04/08/do-casamento/

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MORTE

A morte sempre foi um assunto desconhecido de todos. Até porque ninguém morreu e voltou pra nos contar como é...

Então, o que será que acontece depois que morremos?

Quando as pessoas morrem não morrem, apenas mudam de país. Sim, de país...

Assim que um brasileiro morre aqui e reaparece na china, morre um japonês na China e reaparece no Brasil, por isso que quando nascemos não falamos a língua natal. O coreano que morreu no Japão renasce brasileiro, ele sabe de tudo, mas como só fala tailandês em português fica meio “gugu dada” o que nos faz ter sempre a sensação de que os bebes são mongolões...

Mas o processo não deve ser tão simples. A esperteza de Deus é provavelmente, maior que isso. Ele fica embaralhando as pessoas pelo mundo sempre com cuidado pra não coincidir pessoas que morrem num país renascerem no mesmo, portanto, Deus não inventou a matemática, assim como não inventou a análise combinatória sendo assim, acontecem: “não te conheço de algum lugar?” “tenho impressão que já te vi antes.”.


Então os mendigos, aqueles que vemos nas ruas, não os sem teto, os mendigos clássicos sujos, barbão, roupa rasgada são almas penadas.

São as pessoas que se deram conta que a vida é uma viagem...

Portanto temos duas opções após a morte...

Voltar como bebes mongoloes, conformados com o destino da alma ou voltar como um mendigo, revoltado com os joguinhos do destino...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CRÍTICA À (VELHA) INTERNET

Leis, plágio, Sarney, incentivos fiscais à cultura...

Eis que surge a Internet e todos imaginam que, finalmente, a cultura seria dissipada sem os blábláblás das formas até então comuns de veiculação de informações. Bullshit!. Em outras palavras, o já falecido político Pedro Américo Leal dizia que o importante era que suas idéias fossem levadas avante, e não o seu nome.

Citações e clipagens surgiram como a solução ao problema do que se pode dizer por “narcisismo editorial”. Another bullshit! Fui incriminando ao citar outro blog, sim. Fui crivado de críticas por simplesmente deixar que outras pessoas comentassem e divagassem sobre textos de um post. Não pensei, porém, que tal autora defecasse sobre os pensamentos do velho Pedro Américo.

Ainda, na vã tentativa, de tentar reparar o erro me deparei com uma arrogância digital. Um sensacionalismo Leãolobista que omitia a nova Simone Beuvoir de apresentar ou sequer responder civilizadamente meu contato com esta a fim de esclarecer os fatos. Queres que eu credite-a em meu blog? Plagiador! Queres que eu apague o post? Plagiador! Plagiador, plagiador, plagiador...

Ensurgiram sobre a minha pessoa milhares de ofensas quando, erroneamente, ok, busquei compartilhar pensamentos e divagações de outra pessoa para tentar sem sucesso, agora vejo, levar aos mais distantes rincões do mundo um pouco mais de cultura, e, definitivamente, não, um pouco mais do mesmo: autores e mais autores.

Tirei instantaneamente meu blog do ar.

Eis a internet, o novo jeito de transportar cultura. Bullshit!

Eis a internet, um velho jornal conservador embutido em um monitor que não vale de nada...